domingo, 20 de novembro de 2011

O manifesto do Partido Comunista


Membros da Liga dos Comunistas, Karl Marx e Friedrich Engels são por ela encarregados de elaborar o Manifesto do Partido Comunista, que acaba por resultar num documento em que se expõe a doutrina do socialismo científico, não só como programa político e filosófico, mas também como incitação à luta do operariado. O Manifesto surge, assim, na sequência do apelo lançado por aquela sociedade operária internacional, por ocasião do seu congresso realizado em Londres em 1847, onde é publicado no ano seguinte. Trata-se de uma peça de interesse fundamental na História do comunismo, na medida em que traça diretrizes para uma teoria e uma prática revolucionárias. Resumem-se essas linhas de força ao reconhecimento da luta de classes como inquestionável motor da História, à missão do movimento operário, unido e forte, no sentido da derrocada final do capitalismo e ao fim das contradições da sociedade de classes, passando pela ditadura do proletariado. Termina o Manifesto com uma frase que se converteu no lema do comunismo mundial: "Proletários de todo o mundo, uni-vos!" 
Este manifesto expõe, com clareza e vigor, uma nova conceção do mundo e da sua evolução: o materialismo aplicado à sociedade, isto é, a teoria da luta de classes e da missão revolucionária devolvida na História ao proletariado, que, assim, acaba por ser o criador de uma nova sociedade, fruto da necessidade histórica de uma revolução socialista que se pretende justa e igualitária - a sociedade comunista. A sua forma moderna, diziam os autores, é o antagonismo entre a burguesia e o proletariado, oposição que deverá terminar com a derrota da primeira, a abolição da propriedade privada e da exploração do trabalho, e a instauração de uma sociedade baseada na igualdade dos cidadãos. Enfim, só o comunismo, segundo Marx e Engels, tende à justiça e à supressão de classes e privilégios. O caminho para a concretização do comunismo passa pela unidade dos trabalhadores e pela revolução, a realizar com o objetivo de impor a ditadura do proletariado. 
Como forma de organização social e económica, caracterizada pela abolição da propriedade privada individual e hereditária, a socialização dos meios de transporte, de produção, de crédito, a educação pública e o envolvimento dos trabalhadores na direção do Estado, o comunismo, aparentemente esvaziado do seu misticismo por Marx, foi cientificamente apresentado por ele neste documento como um imperativo de grandeza histórica, colocando-o como o único sistema de relações sociais capaz de suprimir as contradições e imperfeições do capitalismo dirigido pela sociedade burguesa, insuflado ainda mais pelos lucrativos ventos resultantes da industrialização crescente do mundo do século XIX. 
Este documento histórico que é o Manifesto do Partido Comunista pretende, assim, de acordo com Marx e Engels, definir o comunismo como a "apropriação real da essência humana pelo homem e para o homem", apresentando-se como um projeto de futuro e realizando a "passagem do reino da necessidade para o reino da liberdade".

Manifesto do Partido Comunista. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-11-20].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$manifesto-do-partido-comunista>.

O Manifesto do Partido Comunista está disponível em:


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Democracia de verdade: a liberdade de expressão na sociedade atual.


"Vivemos sob a forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns ao invés de imitar os outros. Seu nome, como tudo o que depende não de poucos mas da maioria, é democracia" 

Péricles, Oração fúnebre, in TucídidesA Guerra do Peloponeso, Livro II, 37.  


     Na postagem anterior falei sobre a política como algo que deveria ser de interesse de todos. Hoje quero falar sobre a democracia, ou sobre aquilo que achamos que ela seja.
     A palavra democracia vem do grego (demos, povo e kratos, governo), porém, na Grécia Antiga, não era 'todo o povo' que tinha direito a escolher e a opinar sobre os assuntos políticos. Mulheres e escravos estavam excluídas do jogo democrático e se destacavam como grandes políticos aqueles que tinham domínio da Oratória e predominavam as discussões em praça pública.
    Os assuntos da pólis (como eram chamadas as cidades-estado gregas) eram de interesse de todo homem que tivesse atingido a maioridade, pois os gregos sabiam que seus direitos e deveres interferiam muito em sua vida cotidiana. Os negócios, as leis que regiam a cidade, a forma com que eram empregados os tributos deveriam ser decididos pela maioria.
     Hoje a democracia parece se restringir ao voto, ou seja, nossa democracia é uma 'persona' que esconde a face dos nossos regimes caracterizados por um oculto silenciamento da população.
     Estamos vendo nos noticiários de TV dois lados opostos: de um lado a queda dos regimes autoritários e de outro a repressão das manifestações populares em países da União Europeia (que incluí a Grécia) e Estados Unidos contra o aumento de impostos, diminuição de salários e alto índice de desemprego devido a Crise Financeira.E não é preciso ir muito longe, no Brasil professores e outros trabalhadores são espancados pela polícia por protestarem por aumento de salário o que nos faz perguntar: Cadê essa tal democracia? Quando vamos poder nos expressar?
    A democracia não deve estar somente na nossa constituição, mas no nosso cotidiano como forma de melhorar a sociedade pelo diálogo e a participação nos movimentos que exigem mudanças não devem sofrer a ira daqueles que estão na política por interesses particulares.
   O absurdo que estamos vivenciando deve acabar. Digamos um basta a tirania!
     

sábado, 10 de setembro de 2011

A política é para o povo! A política é para você!

A Liberdade conduz o povo, obra do pintor francês Eugène Delacroix

     'A história de todas as sociedades que existiram até os nossos dias tem sido a história das lutas das classes'. Assim os  revolucionários alemães Karl Heinrich Marx e Friedrich Engels iniciam 'O manifesto comunista', um dos maiores, e se não o maior tratado político de todos os tempos.
    Marx e Engels enunciam o pensamento socialista como uma visão ampla da sociedade, não só de sua época, mas de toda a história da humanidade como a luta daqueles que detém os meios de produção, os chamados burgueses, contra aqueles que necessitam vender sua força de trabalho para sobreviver, os chamados proletariados (do latim proles, filho), ou seja, transpondo para a atualidade, dos empresários contra os pais-de-família que necessitam do salário para manter a sua casa e seus filhos estudando e buscando um futuro melhor.
     Não é preciso pensar muito para entender que o proletariado, o povo, constitui a maioria, enquanto a burguesia é a minoria que vive no luxo às custas daqueles que empregam.
       Hoje pensamos que vivemos em uma democracia ('governo de todos'), porém é só uma ilusão. Por mais que de tempos em tempos saímos de casa e vamos as urnas eleger nossos representantes ainda não podemos chamar isso de democracia.
   Te perguntaram se você inocentava ou não a deputada Jaqueline Roriz, que estava envolvida em esquemas de corrupção? Não. A nossa democracia é representativa, e para ficar pior poucas pessoas em nosso país se interessam pela política. 
     Devemos começar a nos perguntar: 'Aonde está a política na minha vida?'. E ao refletir um pouco você verá que o preço do seu café da manhã e do quilo do feijão, a bagagem cultural do seu filho e o salário da professora dele é pura política.
   A arte de driblar os nossos obstáculos e projetar para nós mesmos um futuro esbarra no meio do caminho com a política. Quer ver? 
   Ao perguntar à alguma pessoa qual o curso universitário que ele pretende cursar ela te responde: 'Engenharia'. E aí você diz à ela: 'Porque você quer ser engenheiro?'. E ela te responde como a coisa mais normal do mundo que é porque o salário é melhor.   
   Será que se o governo aumentasse o salário dos professores de modo que eles ganhassem mais que engenheiros você iria querer ser engenheiro ainda? Será que os seus sonhos não estão indo por água a baixo porque a sociedade é diferente?
    Vou te dar uma boa notícia: Você é a sociedade. E fazendo parte da sociedade você necessita da política porque a política é inerente à sociedade.
  Então se te perguntarem se você gosta de política diga que antes de gostar ou não gostar, que ela é necessária para que todos nós prosperemos, para que todos nós tenhamos um futuro.